terça-feira, 12 de agosto de 2008

Mais um ninguem

João nasceu em emergência
Já nasceu apanhando pra acostumar
A vida que vinha por levar
Chego a vida sem ter o que falar
Fez-se 7 anos e mal sabia escrever
Mas sabia o que já tinha que fazer
Pois assim mais tempo se tem pra trabalhar
Com isso teve que receber
Não um salário
Mas um adultério
E não aquele caminhão
Por incrivel que pareça chego aos 15
Com a cara suja
A mão com chero de cola
Sem ir a escola
E com os parentes a 7 palmos de seu papelão
Onde durmia toda noite após o sermão
O padre ensinou a que caminho seguir
Começou a ir a escola
Aprendeu a rimar
Sem mesmo saber escrever direito fez um poema
Virou fã de um poeta
Ganhou até concurso com que escreveu
Teve seus fãs
Como a se axar o tal
Um dia olhou pras linhas que tinha acima
E viu que nada era do que parte de nosso contexto social
Do menino pobre que consegue ser alguem
Mas que com o tempo se torna-se apenas mais um joão ninguem